Luto

Entre funerais e casamentos vou vivendo os meus momentos... Esta frase tem estado na minha cabeça à mais de uma semana, tal como a dor no pé. Por algum motivo ou por vários ou apenas porque isto
#eaminhasomadetodososmedos tenho deixado a frase remoendo no meu interior. A pensar no sentido onde pouco faz sentido, onde o luto vivo é cada vez menos intensamente vivido. Se calhar mereço, provavelmente não, certamente isso depende de qualquer uma opinião. Todas elas diferentes, algumas turvas e outras apenas presentes. Apenas sei que dói, mesmo querendo que não seja assim estou de luto por uns pedaços de mim. Sem forças, desisto... Não culpo ninguém (se calhar deveria fazê-lo) pois não vai resolver nada (firmo a ideia no meu ser). Desisto pois sempre que tenho um amor não correspondido eu fico triste, desorientado, não devo de ser o único, mas hoje é sobre a minha dor. Hoje é sobre o meu luto. Agora é sobre como mim, impotente e sem recursos, vou vivendo os meus momentos. Sem lacrimejar, choro. Sem abrir a boca, grito. Quase ninguém vê, quase ninguém assiste. Que nem refugiado ou caracol, refugio-o-me na minha casa. Encolhido, escondido, espero que passe. Que passe a dor, que passe o tempo, que passe a chuva, o sol e o tormento. E enquanto tudo me puxa para o abismo, o minha dor de amor instala-se no fundo do corredor. De porta fechada, de costas voltadas, pois, provavelmente, a dor deve ser algo, que está presente nele constantemente. E eu fico a pensar, nos meus pesadelos, quando será que já é tarde de mais. Fico assim, não orfão, não viúvo, mas algo que nem sequer tem nome. É apenas um luto pelo qual já não luto mais... afinal muita gente cresce sem os pais. Esta #eaminhasomadetodososmedos

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